domingo, 24 de março de 2013

LIra DISSONANTE


Lira dissonante
Gildo Alves Bezerra

                  Viajei pela nação
                   Entrei na minha vida.
                  Procurei caminhos.
                  Mas, não encontrei saída.
No entardecer dos meus dias,
Os sonhos são presentes
De um mundo reluzente.
Onde reencontrei
A mama, Mama África.
Reviravoltas, idas e vindas.
    Faz parte de nosso cenário
   Do nosso recaminhar.
   Oxalá! Vamos encontra entre as saudações a mais bem-vinda.

São vias para instaurar um movimento de reflexão.
Seus caminhos e formas de caminhar
Pode ser que não se delineie com minha
Forma de enxergar e entender a realidade.
                                                 As saudades
                                                 Podem destoar
                                                 No tempo
                                                 E contratempo do meu sonhar.
A igualdade e a justiça social.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Quais foram e são os caminhos?


Os Caminhos
                     Gildo Alves Bezerra
A diáspora existiu
Viu meu Brasil.
Seu Mito fundador
É “da cruz e da espada”.
Mas, essa visão já foi
Mascarada.
Quando foi alardeada a
Democracia racial”.
Mas, Brasil tu és injusto
E desigual.
                   O Povo brasileiro
                   Não pode ser cordial.
                   Quando com a cruz fez o genocídio cultural.
                   E com a espada fez o carnal.
                   Muitos dos nossos ancestrais
                   Foram mortos construindo riquezas sem igual
                   Dizem que até catedral.
Muito patrimônio cultural
De quem o patrimonialismo,
O capitalismo destrói os sinais
Da memória: dos afrodescendentes e dos ameríndios.
                  Seu passado e presente não é tão lindo.
                  Pois, a elite muita gente continua excluindo.
Na escola a memória dos nossos ancestrais continua demolindo.

Pensamentos de CUTI

um passado a debret
cria vendas
pesadelos à mercê
mais a arte de rugendas
sem revoltas
sem xirê
sem quilombos
sem padê
ribombos
fuzuê

assim pintado o passado
só tem lendas
pra você
não pensar nem saber
decepada foi a perna
do saci pererê

fugido pelas sendas
sob a palhas
de obaluaiê

imagens do passado
só com prendas buquês
obedientes personagens,
bem assentes paisagens
dos rugendas e debrets
só escondem rebeldias
onda negra incendiária
nas fazendas
nos banguês

tais imagens sempre
afagam
consciência de burguês.



cuti - in Cadernos negros 35,2012



quinta-feira, 14 de março de 2013

INcertezas

Incertezas

Gildo Alves Bezerra

Prefiro a incerteza
Do nascer e morrer a cada dia.
Mas, que ao menos tendo um caminho:
A busca da igualdade e da justiça social.

Então, a vida terá uma certeza
Da morte física.
Mas, não da desumanunização.
De não perceber que as desigualdades existem:
De sexo,
 étnica, social, econômica...

Essa é a beleza, luz, estética... de ver estrelas.
Aonde as lideranças conduzem. Mas acima de tudo se percebem como tal e se deixam conduzir.
E se fazem lideranças.
No princípio da democracia participativa.
São estrelas não proprietárias de latifúndios...
Pois, lutaremos pelo fim da propriedade privada.
Essas são as cores, a estética, a luz...
Que nos conduz.

Muito embora, para se ver estrelas precisamos da escuridão.
Não da miséria do deus mercado.
Não queremos ser estrelas sem brilhos.
Defendemos a produção coletivas dos bens;
Econômicos, sociais, culturais etc
Mas, como princípio que a posse dos mesmos seja coletiva.
Ai, seremos estrelas com brilho próprios.
No céu da igualdade e da justiça social.
Trilhado pelo caminho da priorização das políticas públicas: educação, saúde, saneamento, cultura, esporte, lazer etc.


HIP_HOP

Reza a cartilha que hip hop é coisa de
preto, pobre, macho, politizado, socialmente
consciente, independente, raivoso. Mas
nem tudo é verdade nesse mundo. Conforme
lembra Nelson Triunfo, pioneiro do rap e do break,
a cultura hip hop foi importada dos Estados Unidos,
inicialmente, por gente que tinha a grana
necessária para ir até lá e aprender a dançar. Depois
é que se alastrou pela periferia. Ou seja: rap já
foi coisa só de bacana. Também não é coisa só
de macho – que o digam as meninas do Lady
Rap, a garota chamada De Menor ou o grupo
Apologia das Pretas Periféricas. Elas sabem que
é um meio mais machista do que macho. Uma
infinidade de mitos e clichês cerca o gênero.
Que também não é coisa independente (já foi).
Basta ver que MV Bill, um dos mais raivosos
rappers da atualidade, foi um dos apresentadores
daquele arremedo de Grammy chamado Video
Music Brasil, em 1999. E lembrar que os Racionais
venderam mais de 1 milhão insuflados
pela força da indústria.
Mas não foi só para pôr um pingo nos is da
cultura hip hop que Janaina, Mirella e Patrícia
saíram a campo, vasculhando dos presídios de
São Paulo à Ceilândia (DF), da Praça Roosevelt
ao metrô São Bento. Elas também amam o rap
de Thaíde e DJ Hum. Reconhecem a legitimidade
da linguagem do rap e seu discurso eficiente,
seu poder de fogo na luta de garotos e garotas
marginalizados. A diferença é que, além de gostar
da coisa, elas também são curiosas: querem
saber como, por que, quem, onde, pra quê.
Essas meninas mostram aqui, em Hip Hop –
A periferia grita, que não basta ter método e acesso
à informação para fazer um bom levantamento
historiográfico de uma coisa que ainda está no
seu auge. É preciso ter vontade e capacidade de
discernimento também. Duvida? Então mostre-
me um b.boy que tenha iluminado assim
com tanta clareza o seu próprio caminho! Yo!
Jotabê Medeiros
R

quarta-feira, 13 de março de 2013

O HIP-HOP


O hip hop é um fenômeno sóciocultural
dos mais importantes surgidos
nas últimas décadas. Ora classificado
como um movimento social, ora como uma
cultura de rua, o fato é que o hip hop hoje
mobiliza milhares de jovens das periferias das
grandes cidades brasileiras. Suas formas de
expressão – a batida do rap, os movimentos
do break e as cores fortes do grafite – são
apenas os signos visíveis de uma enorme discussão
que fervilha entre esses filhos das várias
e imensas desigualdades da sociedade brasileira
a respeito de identidade racial, de possibilidade
de inserção social, de alternativas à
violência e à marginalidade. Em menos palavras,
o hip hop é a resposta política e cultural
da juventude excluída.
As três autoras deste livro partiram da suspeita
de que aí havia alguma coisa muito importante
a ser entendida, examinada, reportada.
Hip Hop – A periferia grita captura o fenômeno
na cidade de São Paulo na transição dos
anos 90 para o novo milênio. Estudantes de
jornalismo quando o trabalho começou, o livro
traz a marca de quem fez bem sua lição de casa,
pela seriedade e rigor com que procuraram tratar
todos os aspectos do fenômeno. Entretanto,
o trabalho amadureceu para além da obrigação
escolar e tornou-se livro por conta de uma
inventividade nas formas de fazer as várias reportagens
e um frescor na maneira de contá-las
que, vá lá, se não é privilégio dos muito jovens,
digamos que eles os tenham mais acessíveis.
Curioso que num país como o Brasil, que
não cessa de inventar culturas jovens, com
graus variados de relação com o mercado, em
vários segmentos sociais e nas diversas regiões,
exista tão pouca produção jornalística, crítica
ou reflexiva a respeito. Janaina, Mirella e Patrícia
começaram suas carreiras como jornalistas
dando uma bela contribuição – e espero
que não parem.
Bia Abramo

Mário Quintana

"Se as coisas são inatingíveis isso não é motivo para não querê-las" Mário Quintana

ANDARILHOS

Andarilhos

Gildo Alves Bezerra

Você que em te vivência sua ancestralidade.
E não percebe que teu presente
É a ausência de sua origem.
A mama África transforma-se em mar de lágrimas.

Andar é bom
Mas, parar para perceber,
O seu SER.
Só ai ver
A diversidade Étinica-racial.
Assim, veremos o quanto o Atlântico-Negro.
Mesmo tão presente em nós
Sua ausência nos transforma em animal.
Desumano
Mano isso é nossa negação do Humano.
SER HUMANO.

 Oxalá! Pudéssemos ser MALUNGOS.
E nessa contradição do presente sedentarismo
E nossa andança pelo interior.
Pudéssemos nos perceber nos nossos companheiros
Excluídos neste Brasil inteiro
Pelos latifundiários da: terra, da comunicação...
 Eles negando nossa nação.
E nós abrimos estradas de cravos vermelhos
Para esses doutores do mundo dos horrores.
Desconstrutores do mundo dos libertadores.

Mas, a escola da vida nos traz lições.
Só não sabemos o quanto estamos preparados
Para fazer a leitura do mundo.

Malungo o quanto somos responsáveis pelo resurgimento dos conservadores
Para nossos eleitores?
Por que alguém resolveu representar o infeliz papel de SENHOR?
Essas são algumas das contradições!
O QUE FAZER?
“o pior cego é aquele que não quer ver”!


Quem produz as riquezas?
Quem Produz e reproduz a exclusão?
Ande pela linha verde
Não veja o verde
Veja a exclusão das habitações desumanas
A miséria produzida por quem ao povo engana!

 Ande pelo seu mundo interior
Então, pergunte se vale a pena  alianças com o opressor.
Seja sedentário e nas estradas da vida
Observe que não vale a pena representar o papel de SENHOR!

COMPROMISSO SOCIAL


Compromisso social
Gildo Alves Bezerra

Na educação
Não adianta
Querer mascarar
É no chão da escola
Que sabemos de qual lado você estar.

Melhores condições de trabalho
Devemos defender;
Boa alimentação escolar;
Gestão democrática;
Valorização profissional;
Política de formação continuada etc.

São algumas condições de uma educação
Com compromisso social.
Os princípios norteadores são: igualdade e justiça social.

O mestre já nos ensinou “a educação sozinha não transforma
A sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

Que país você quer? Essa é a questão.
Quer exclusão social, exploração
Ou educação que vise à transformação?