Mussuca
Gildo Alves Bezerra
Sua escrita apresenta uma
incerteza.
Não só
de ortografia constrói-se poesia e melodia.
Mas, seu
cenário é uma beleza.
Mesmo
sendo fruto de uma injustiça.
A
resistência cultural.
Os
tornam quilombolas.
Sem igual.
A mama África tem
representação sem igual.
No povo da Mussuca
Povo guerreiro de luta
Na resistência
cultural.
O Atlântico negro se
faz presente: na Religiosidade, no Samba de pareia, no São Gonçalo...
O som do tambor segue o
pulsar do meu coração
Trazendo a emoção do
meu ancestral.
Seja no ritual
religioso dos terreiros
Tão perseguidos no
Brasil inteiro
Nas danças
Beleza negra ao som do
agogô, do pandeiro.
Oxalá! Possa demonstrar
o que é realmente ser brasileiro.
Igualdade
e justiça social possa algum dia
Ao
cantar do galo.
Ser
festejada
Aos
belos ritmos ali existentes
E
ao sabor de nossa feijoada.
Uma boa educação não
seja só sonhada.
Mas, sim realizada.
Para sua população ser
respeitada
E emancipada
Quando sua cultura for
valorizada
E também suas condições
de vida sejam melhoradas.
Para tudo isso
acontecer às políticas públicas
Devem ser priorizadas:
Saúde, educação,
saneamento básico, política de geração de emprego e renda, inclusão social etc.
Oxalá! Nossa comunidade
possa saber e ver que existe igualdade e justiça social.
Mudando o cenário e
roteiro.
Desse Brasil inteiro.
Nos causando orgulho
ser brasileiro
Ouvindo as vozes dos
afro-brasileiros.
Sabendo que mama África
estar presente em todos nós.
Vozes da Mussuca.
Nos conduz para nossa
resistência cultural, essência, ancestralidade.
Nossa diversidade
étnico-racial.