terça-feira, 20 de novembro de 2018

Companheiros(as) Malungos (as)


Malungos

Gildo Alves Bezerra

Não somos mais o companheiro
Durante a desafortunada  viagem
Dos navios negreiros.

O momento é outro
Mas, precisamos nos sentir
Como malungos.
Os mares são outros
Mais a tormenta da exclusão social, da desigualdade,
Da injustiça continua.

O  tumbeiro do momento é o deus mercado
Fragmentando as identidades do indivíduo e da nação
Visando o controle da consciência coletiva.

O indivíduo sozinho pouco
Representa em termos de exigir mudanças sociais.
Perdem-se as esperanças e o entusiasmo para ações coletivas.*

O deus mercado
Desqualifica todo o processo
De agrupamento social
Com propósito transformador.

Temos que perceber quem é que deseja ser o timoneiro
Do navio tumbeiro
Do deus mercado.

Aos sem-história e identidade resta comprar
O indivíduo sem identidade é um perdido
Ele não formará fileiras
Não ameaça o status quo. *

Voltemos ao passado
Para sermos companheiros
Malungos
Em defesa da igualdade e 
da justiça social.

Em um céu todo estrelado
De sonhos, de alegrias
A partir da construção coletiva
Da socialização da produção econômica , política, social etc.

* Ver-Cuti.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O que é Patrimonialismo?


Patrimonialismo: Del Rey

Gildo Alves Bezerra

      Como pensar a sociedade Sergipana sem utilizar-se da Política, dos conceitos de Patrimonialismo, de República e de Estado? Principalmente, neste cenário melodramático que vivenciamos da política Sergipana marcada nos últimos anos pela violência legítima do critério da Hereditariedade e do Patrimonialismo na ocupação dos espaços públicos em nossa Sociedade brasileira e local.
       Para Gramsci a política permaneceria marcada “pela preeminência histórica e teórica de uma idéia política como chave de análise e de interpretação do mundo moderno e contemporâneo”. O mesmo Afirma “que a própria literatura e as artes em geral entram certamente na dimensão da política, embora não sejam redutíveis por completo a ela”.
       Então, faz se necessário entender que “Patrimonialismo é um termo utilizado para descrever a falta de distinção por parte dos líderes políticos entre o patrimônio público e o privado em determinado governo de determinada sociedade”. Logo, vos pergunto não é essa falta de distinção entre o que é público e o que privado que vivenciamos na sociedade Brasileira e Sergipana? Por que será que algumas famílias, brasileiras e em especial sergipanas, se apossam dos espaços políticos como se fossem verdadeiras capitanias hereditárias?
      Num Estado que pode ser definido como “uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima” que só pode existir “sob a condição de que homens dominados se submetem à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores”.
     Após o golpe de 15 de novembro de 1889, três diferentes grupos passaram a disputar o poder, cada qual com um projeto para a República: o Oligárquico, o Militar e Democrático.
     O projeto oligárquico era defendido pelos proprietários de terra e propunha uma República liberal, com maior autonomia das províncias e controle político em mãos das elites locais.
     Já o projeto militar, proposto pelas altas patentes do exército, era a favor de uma espécie de ditadura, de um governo forte, centralizador e “progressista”.
     Por sua vez o projeto democrático tinha como adeptos jornalistas, estudantes, profissionais liberais e outros grupos sociais urbanos que desejavam a ampliação da participação popular nos processos políticos.
    “A história da República brasileira (...) é o resultado dramático da força inercial das estruturas políticas e econômicas excludentes, herdadas da Colônia e reforçadas (...) sob uma roupagem republicana, e nas lutas sociais múltiplas e plurais para superá-las (...)”.
    Dito tudo isso, Retornemos ao conceito de “Patrimonialismo é um termo utilizado para descrever a falta de distinção por parte dos líderes políticos entre o patrimônio público e o privado em determinado governo de determinada sociedade”. E vamos ver o conceito de hereditário “que se transmite por herança”.
    A história política de Sergipe tem sido de alianças do projeto oligárquico defendido pelos grandes proprietários de terra e aliado ao projeto militar, proposto pelas altas patentes do exército, a favor de uma espécie de ditadura. Tudo isso, em nome de um projeto de república conservador e excludente de grande parcela da população Sergipana- indígenas e afro-descentes.
    Muito embora, não podemos negar que a história da República (...) “significou a entrada na cena política e econômica de outros grupos sociais, que pressionavam por mais direitos, maior representação política e mais participação na distribuição das riquezas nacionais”.  
     Nos últimos anos o que vivenciamos na política sergipana são o patromonialismo e as capitanias hereditárias na ocupação de espaços público da sociedade sergipana por famílias (Francos, Alves, Valadares, Mouras, Amorim, Fiqueiredos, Mitidieri, Reis, Costas, Barretos etc.) que se acham proprietárias dos destinos e sonhos do povo de Sergipe. Sergipe seria para os sergipanos? A coisa será pública?
     Essa prática patrimonial e hereditária consolida uma representação política herdeira dos Golpes civil-militar-empresarial de 1964-1985 e Golpe midiático-judicial-congresso de 2016-... no domínio do poder em Sergipe. E dificulta a participação da classe trabalhadora na distribuição das riquezas nacionais.
     




sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Culto às celebridades vazias


Na Era do culto às celebridades


Gildo  Alves Bezerra e Luciana Celi Bezerra

Na Era do culto às celebridades
Do elogio e aplausos vazios
Quanto vale o professor?
Quanto vale o educador?

Educar é uma arte
Que transforma e liberta
Para um sonho transformador.
Mas, ao educador lhes dão pouco valor
O que limita os sonhos do professor.

Ao ver sua tela ganhando  cor
Enche-se de satisfação e emoção
Prossegue, vai em frente
Mostrando para toda gente
Seu talento, seu bom gosto e valor
Enquanto, educador.

Talento multivariado
Faz teatro dramático, comédia, drama
Teatro do Oprimido: Fórum, Jornal, Legislativo
Para nos manter ativos
Tudo frutos de formação continuada.

Então, produz um diálogo com a realidade
Para ver os trabalhadores libertados 
De qualquer forma de opressão.

No jornal da vida
Ver contos de lamentos e dor
Na vida  também dos demais trabalhadores.
Faz do seu dia-a-dia
O brilho do despertar
Daquele que sai cedo pra trabalhar.

Na era do culto vazio
De celebridades sem brilhos
Cenário de calvário para o trabalhador!
Quanto vale um professor?
Quanto vale um educador?
E também quem se junta no sonho
Transformador?
Do campo e da cidade
Neste novo caminhar
Para todos(as) valorizar.

Não custa nada nos perguntar
Na era do culto às celebridades,
Do elogio e aplausos vazios
Quanto vale o professor?
Quanto vale um educador?





domingo, 22 de abril de 2018

Um Crime iminente: O fechamento da FAFEN


Um Crime, sem tamanho, o possível fechamento da FAFEN

Gildo Alves Bezerra *

    E agora José? José para onde? O golpe de 2016 poderá ter um impacto negativo muito grande para a economia sergipana se o possível fechamento da FAFEN se concretizar. Infelizmente todos nós sergipanos (as) iremos sofrer com menos recursos para a saúde, educação e principalmente com o desemprego.  Até as câmaras de vereadores sentirão com o repasse menor de recursos para essas casas legislativas. E agora deputados e senadores (a) que votaram a favor do Golpe?
    Segundo o coordenador do Dieese, o economista Luiz Moura, são cinco os principais impactos para e economia, com o fechamento da FAFEN.
    “Primeiro é tributário porque vai afetar a arrecadação do Estado, tanto pelo fim da operação da planta como também das empresas que tem como matéria prima a planta que a FAFEN produz; segundo são os empregos diretos, 250 trabalhadores deixarão de consumir no mercado interno de Sergipe, pois mesmo que essas pessoas não alocadas em outras unidades da Petrobras, não farão parte do mercado de consumo no Estado, afetando o comércio de Sergipe. Terceiro, são os trabalhadores terceirizados, em torno de 750 demitidos direta e indiretamente. Depois temos o impacto dos fornecedores e os produtores que têm como matéria prima, a uréia e a amônia. Uma empresa como essa tem capilaridade em vários setores e vai afetar a economia de Sergipe em vários setores. A deputada Ana Lúcia está de parabéns em promover essa audiência para debater um tema tão importante para a sociedade sergipana”, enfatiza.
      Em audiência pública a “deputada estadual Ana Lúcia (PT), convocou os parlamentares estaduais para se mobilizarem no sentido de
de reverter a decisão do Governo Federal de fechar a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN) de Sergipe, instalada em Laranjeiras. Segundo ela, há uma cadeia produtiva que será quebrada, inclusive a segurança alimentar”
    A deputada fez um apelo aos colegas parlamentares para que a Assembleia Legislativa se posicione de forma contrária ao fechamento da empresa e defenda os interesses do Estado. “Nós precisamos tomar uma posição, pois não é apenas a fábrica que será fechada. Há toda uma cadeia produtiva que será prejudicada e isso afetará diretamente a economia sergipana e a nossa segurança alimentar”, destacou.
    Para tentar reverter esse cenário, Ana Lúcia propôs a criação de uma comissão parlamentar. “Eu acho que não basta apenas a Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia acompanhar o caso. Eu acho que é necessária a criação de uma Comissão Especial para não apenas acompanhar, mas para também mobilizar a sociedade em defesa da manutenção da FAFEN em Sergipe, pois esse também é o papel do parlamento”, sugeriu.
    O cenário será dramático se for efetivado o fechamento da FAFEN com prejuízos sem igual para economia, o que afetará os recursos da Educação: FUNDEB, MDE, não só de Laranjeiras, mas de todo o Estado, a saúde receberá a menos 12%, as câmaras de vereadores receberão menos repasses e até a segurança alimentar de nossa população será afetada.  E agora população Sergipana? Cabe-nos a indiferença?


·         Professor, de História, das Redes Estadual de Sergipe e Municipal de Laranjeiras.


domingo, 4 de fevereiro de 2018

Para que os oprimidos possam sonhar

Sonhos de um oprimido
Gildo Alves Bezerra

Sonho com um Jardim Colorido
Mas, que predominem as Rosas e cravos vermelhos.
Que as abelhas e os pássaros dele possam retirar seus alimentos.
    Que em cada canto e recanto deste país
    Sejamos eternos aprendiz
    Para a libertação de jardineiros,
    Copeiros, pedreiros, marisqueiras... negras e índios.
Que nossos cantos não sejam cantos de lamentos
Sabia o tempo e contratempo
Para que em um palco iluminado de estrelas
Possamos cantar
Não mais cantos de lamentos
Mas, de sinais do caminhar para nos libertar.
        Que o nosso timbre seja de homens e mulheres:
        dos campos, das cidades e florestas.
        Que a beleza do jardim possa se irradiar
        E ocupar os bancos das escolas e principalmente das universidades públicas.
        Para mudar a sociedade e acabar com qualquer forma de exclusão.
A verticalidade e seletividade transformem-se em ruínas
E que nos lugares mais inóspitos:
No planalto, nos parlamentos, nas catacumbas da justiças
O brilho dos cravos e rosas vermelhas possamos florescer.

         Não mais apenas padecer.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Liberdade para quem?

A liberdade é perigosa
Gildo Alves Bezerra 

A liberdade é uma borboleta
A metamorfosear a realidade:
Social, cultural, educacional, política e econômica.

Nosso mundo forma e conforma
Ao fim da liberdade: de ser criança e brincante,
A negação de sentir os cheiros, sabores e cores.
Sejam no esvoaçar das borboletas, pássaros e flores.

A roda viva da opressão
Volta com um novíssimo golpe na educação.
Para nos tirar a liberdade da leitura do mundo.

A burguesia já viveu da caça as borboletas
Para um simples deleite de colecionador.
Também não podemos ser águias criadas com galinhas.

 Somos operários das palavras
Com a força de trabalho cada vez mais explorada.
Devemos criar nosso próprio aprendizado
Pois, queremos um mundo transformado.

Lutamos contra qualquer forma de opressão.
Trabalhadores do campo e cidade.
Devemos nos libertar de qualquer forma de burocracia. Para quem?





sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Diálogos

Será que lhe importa saber?

Gildo Alves Bezerra

Que outro dia o lenhador produzia o conforto do senhor
Ele enquanto trabalhador de frio morria
E que a “justiça” demonstrando ter lado
Não se preocupava quantos trabalhadores de frio morriam,
        A luta faz a lei
        Pois, a justiça é da burguesia
        Se quiseres transformar esse mar de exclusão
        Que vive a classe trabalhadora
         Somente com organização, estudo e mobilização.
Nosso pensador já comparou a justiça com a prostituição
Isso foi outrora
Mas, que agora com esse golpe
Nem isso podemos fazer mais não
Não devemos faltar com o devido respeito
Ao trabalhador (a) que sobrevive da prostituição.
         Se lhe importa saber tudo estar sendo transformado em mercadoria
         Educação quem manda é dono de cervejaria!
         Sua vida e sua morte quem decide cada vez mais é a burguesia
         Na roleta da bancada da bala, boi e bíblia quem disse que sua vida algo valia?
         E mais se aprovarem a reforma da previdência.
Não pense em providência que lhe salve de trabalhar até a morte
A não ser você decidindo sua própria sorte
Se posicionando enquanto trabalhador não se aliando a golpistas e traidor
E cada vez mais estudando, organizando-se e mobilizando-se enquanto trabalhador.
        Seu voto não tem preço. Tem conseqüências. Importa-lhe saber que o lenhador era trabalhador?