Convocação
Mário Jorge
o fel do agora
amarga
mas é ilusório
as botas esmagam
mas pisam o transitório
o suor roubado durante séculos
o sangue derramado na luta milenar
o pranto chorado na falta de pão
na falta de amor, na escravidão
o grito abafado pelos grilhões traiçoeiros
as grades cruzadas para que ousa amar o irmão quando a Paz é crime
a vida feita de amarra dela mesma
tudo
faz brotar no solo
holocausto luminoso
do escuro passado
fazendo o braço que trabalha
dono da terra
da usina, do arado
e o coração viver do amor
cantando a canção do amanhã libertado
Nenhum comentário:
Postar um comentário