domingo, 28 de junho de 2015

Quem são os "senhores da fome"?

“Senhores da Fome”
Gildo Alves Bezerra

A fome nos consome.
Ela é o estado crônico de carências nutricionais
 Que pode levar à morte por inanição
Ou às doenças da desnutrição.
              No palco da vida
              Falta a democratização dos meios de comunicação
              Mas, sobrou uma “conspiração do silêncio”
              E extrapola a corrupção.
Na escola da vida a fome
Tem diversos níveis: as fomes agudas,
A subalimentação crônica ou
A fome oculta.
               A alimentação é a mais básica das necessidades humanas.
               Além de uma necessidade biológica
               Ela é um complexo sistema simbólico de significados: sociais,
               Sexuais, políticos, religiosos, éticos, estéticos etc.
Aqui que escola que vida!
 De exclusão
Como aprender e apreender as mais belas lições da vida
Com fome. Consome-nos a fome pela corrupção do capitalismo.
Que individualismo!
        A fome se materializa em hábitos, costumes, rituais, etiquetas.
        E estes hábitos possuem uma intrínseca relação com o poder.
No drama da vida
A Escola como saída. Mas, “os senhores da fome” até isso nos consome.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Antônio Conselheiro - Trio Nordestino

Justiça?

A InJustiça Sergipana
Gildo Alves Bezerra

Como entender o “Estado Democrático de Direito”
Que esse poder haja desse jeito
 provocando a ausência da justiça?
Vamos para teoria marxista
Para a compreensão do uso do direito
Como forma de opressão.
          Não pense
          Que isso é apenas minha ilusão.
          Mas, o direito também pode ser usado
          Para provocar a exclusão!
Com muita propriedade foi o que vivenciamos em nossa cidade
Quando a injustiça Sergipana decreta a ilegalidade,
Da greve do magistério.
Não digo isso apenas por que quero
Mas, que os trabalhadores.
Entendam quais são nossas dores.
          O que a dita justiça
          Provoca é criminalização de uma das formas de luta dos trabalhadores.
Segundo o Dicionário do Pensamento Marxista
Os socialistas revolucionários e anarquistas
Tem profunda hostilidade ao direito.
           Pela convicção que o direito
           Protege a propriedade,
           A desigualdade
           E a dominação de classe.
Então, a faça, o psicodrama
Que ultimamente joga os trabalhadores na lama
Não mais nos engana
A Justiça tem lado
E não é o lado trabalhador!!
          Por isso os socialistas revolucionários e anarquistas
          Tem também a convicção da necessidade do desaparecimento do direito
           Numa sociedade verdadeiramente humana de produtores associados.
Cabe-nos a cada uma pensar e agir
 De forma coletiva
Para construir uma juventude ativa
Na luta contra qualquer forma de exclusão: econômica, social, cultural, racial etc.
           E demonstrar que a sociedade capitalista
           É fonte de corrupção.
E então, entender que os desembargadores
Estão preocupados com a sociedade do ter
 Qual é faixa salarial de cada um que voltou
Contra o professor?
           Quem são nossos aliados?
            E quem são os aliados do opressor?
 Há res (coisa) pública?
Vejamos “os senhores da fome”.
E pensem a gente tem fome de que?
             Quem são “os donos do poder” e
             Qual é “o poder do dono”?
              Do quarto podre poder?

domingo, 21 de junho de 2015

Pelo Direito a Memória Coletiva para Negros e Índios.

"(...) Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esqueceremos jamais!
Que tem por monumento
As pedras do cais (...)".

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Por uma sociedade democrática- popular.

Por um projeto democrático-popular de sociedade
Gildo Alves Bezerra
      Não há como construir uma sociedade livre, justa e solidária sem uma educação republicana, pautada pela construção da autonomia, pela inclusão e pelo respeito à diversidade. Fazem mister essas reflexões, principalmente, no momento que estamos preste a aprovar os planos estaduais e municipais de educação. Então, apresentaremos alguns recortes de elaborações oficiais e de teóricos para a construção do que se denomina como educação para as relações etnicorraciais.
       Autoras e autores demonstram, a partir de suas pesquisas e produções, que o racismo tem sido reprodutor de desigualdades sociais na sociedade e que a base dessa reprodução tem uma força muito grande na infância. Então, jamais devemos pensar na elaboração do Planos Estaduais e Municipais de Educação sem levar em conta essa questão. Caso contrário, estaremos sendo coniventes com o Racismo Institucional através da educação.
      Mas, para revertermos o quadro de Racismo institucional tão presente na educação e para democratizar a educação, é preciso mobilizar toda a sociedade.
      Essa mobilização deve-se ao MEC, por intermédio Secad e de outras secretarias, tem a missão de promover a união de esforços com os governos estaduais e municipais, ONGs, movimentos sociais, sindicatos, associações profissionais, instituições de pesquisa, contando com a colaboração de organismos internacionais, para ampliar o acesso, garantir a permanência e contribuir para o aprimoramento de práticas e valores que respeitem, reconheçam adequadamente e privilegiem a diversidade de experiências étnico-raciais nos sistemas de ensino.
    §2º Os Processo de elaboração e adequação dos planos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, de que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla participação de representantes da comunidade educacional e da sociedade civil. (artigo 8º da lei nº13. 005/2014).
      Faz necessário a ampliação no campo das políticas públicas, das produções cientificas e das práticas na educação escolar. O conhecimento sobre a cultura e história africana, afro-brasileira e indígena e a abordagem fundamentada adequada com a valorização do protagonismo negro e indígena e seus repertórios culturais: africanidades e ameríndias na história da humanidade, do Brasil e em suas regiões podem contribuir para a construção do que se denominou como Educação para as Relações Etnicorraciais. Educação essa que preconiza a valorização equânime (igual) de todos os povos e suas ancestralidades na construção das sociedades. Visto que, a forma como as crianças negras e indígenas têm sido tratadas na educação escolar contribui para o fracasso escolar, o que se torna elemento de reprodução da desigualdade.
     Assim, o racismo no Brasil tem o resquício da escravidão e suas estratégias ideológicas de justificação, mas a estratégia de reprodução que perdura pela ausência de políticas públicas de combate e de promoção da equidade (igualdade) para os povos negros e indígenas. E se reproduz até a atualidade nos diversos meios e instrumentos sociais, tais como pela mídia (A negação do Brasil), pela indústria de brinquedos, cosméticos, pela ausência ou deturpação de imagens na propaganda, no mundo da moda, na televisão (A negação do Brasil), nas músicas, no material didático, entre outros meios.
      Em 2001 tivemos, A conferência de Durban, que tratou de um amplo leque de temas, entre os quais vale destacar a avaliação dos avanços na luta contra o racismo, na luta contra a discriminação racial e as formas correlatas de discriminação; a avaliação dos obstáculos que impedem esse avanço em diversos contextos; bem como a sugestão de medidas de combate às expressões de racismo e intolerâncias.
     Após Durban, no caso brasileiro, um dos aspectos para o equacionamento da questão social na agenda do governo federal é a implementação de políticas públicas para a eliminação das desvantagens raciais, de que o grupo afrodescendente padece, e, ao mesmo tempo, a possibilidade de cumprir parte importante das recomendações da conferência para os Estados Nacionais e organismos internacionais.
    Então, é neste contexto a criação da lei 10.639/03 e da lei 11.645/08, que modificam a lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional – LDB, tornando obrigatório o ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena nos currículos escolares são frutos das lutas políticas construídas pelos Movimentos Sociais Negros e indígenas e que para se consolidar na prática pedagógica necessita da consolidação de compromisso por parte de diversas instancias da sociedade, a saber Estado, Sociedade Civil e, especialmente da formação compromissada dos sujeitos do cotidiano escolar, A luta é por reconhecimento da participação ativa dos povos africano, indígenas e seus descendentes no Brasil para formação sócio-histórica e cultural brasileira.
    Faz mister assim, considerar que o reconhecimento da história e cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas é condição para a redução das desigualdades e consequentemente o fortalecimento da igualdade. Essa é a contribuição da educação para as relações etnicorraciais para a verdadeira democratização de nossa sociedade.
     O interesse pela questão racial negra, quando existiu, foi primeiro comprometido com a idéia de caldeamento/assimilação que serviu de base à ideologia do branqueamento físico e cultural da nação por meio da imigração européia. Em segundo momento, o mito da democracia racial deu base para a construção do discurso da unidade entre brancos, negros e índios, que encobriu as hierarquias e as discriminações constitutivas das relações entre brancos e não-brancos. Após os anos 50, o problema racial aparece como tema menor da chamada questão social, explicado na chave do conflito social e político entre as classes
    O processo de redemocratização em curso marca uma mudança significativa no tratamento da questão, agora étnoco-racial negra com o ressurgimento de reivindicações a partir de um movimento negro organizado nas principais áreas urbanas do país. É desse período a publicação de trabalhos acadêmicos que questionavam, entre outros problemas, a existência de uma associação imediata e direta entre preconceito e escravidão, como legado histórico e mostravam como a discriminação racial era plenamente compatível com a ordem capitalista industrial. Apontavam também que os indicadores de renda e educacionais de pretos e pardos eram similares, permitindo o agrupamento desses dois segmentos em uma única categoria de análise “negro”, que passou a ser assumida nas políticas públicas.
    Os questionamentos são sobre a própria atuação do Estado, em seus diferentes níveis, a partir de uma revisão ampla da forma como os negros apareciam e, ainda hoje, aparecem retratados na história do Brasil. Princípios que servem também para a visão sobre os indígenas no país. Então, coube questionar desde a imagem presente nos livros didáticos, passando pelos termos pejorativos usados nos textos e chegando aos conteúdos ministrados nos cursos de formação de professores. De forma mais ampla, os questionamentos se dirigem à necessidade de mudança radical na estrutura curricular dos cursos em todos os níveis, modalidades e etapas do ensino que desconsideram ou simplesmente omitem a participação africana, afro-brasileiras e indígenas na construção do conhecimento em diferentes áreas das ciências.
    Então, promover a igualdade vale mais do que combater a discriminação. Promover a igualdade significa que o Estado deve agir preventivamente, positivamente, adotando todas as medidas para que a igualdade jurídica se traduza em igualdade na prática; igualdade de oportunidades e de tratamento.
     Mas, sem orçamento, política pública é mera intenção. Logo, O Estatuto da Igualdade Racial prevê que os orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios devem separar recursos para os programas e ações de promoção da igualdade.
     Percebemos que se trata de uma regra fundamental e da maior importância porque política pública não pode ser reduzida a declarações nem aprovações de leis. A execução da política pública requer formulação, planejamento, execução e monitoramento.
     Portanto, ao planejar políticas públicas, em qualquer área de atuação, o gestor tem obrigação de destinar parte dos recursos à promoção da igualdade racial; Por outro lado, as organizações sociais têm a obrigação de acompanhar os debates sobre planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias anuais, visando assegurar a inclusão de programas de promoção da igualdade.
    Logo, fazem necessárias essas e outras reflexões, principalmente, no momento que estamos preste a aprovar os planos estaduais e municipais de educação. Devemos promover a valorização e o reconhecimento da diversidade étnico-racial na educação brasileira a partir do enfrentamento estratégico de culturas e práticas discriminatórias e racistas institucionalizadas no cotidiano das escolas e nos sistemas de ensino que excluem e penalizam crianças, jovens e adultos negros e indígenas e comprometem a garantia do direito à educação de todos e todas.
“A Educação é a arma
Mais poderosa que você
Pode usar para mudar
O Mundo”.

Nelson Mandela

DIREITO? justiça?

“Direito Afirma-se muitas vezes que o marxismo compartilha com o socialismo revolucionário e com o anarquismo uma profunda hostilidade ao direito, uma convicção de que ele protege a propriedade, a desigualdade social e a dominação de classe e de que a necessidade do direito desaparecerá numa sociedade verdadeiramente humana de produtores associados”.

Fonte: Dicionário do Pensamento Marxista. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 2001.