O
Mestre-Sala Dos Mares
João
Bosco
Há muito
tempo nas águas da Guanabara
O dragão
do mar reapareceu
Na
figura de um bravo feiticeiro
A quem a
história não esqueceu
Conhecido
como o navegante negro
Tinha a
dignidade de um mestre-sala
E ao
acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi
saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens
polacas e por batalhões de mulatas
Rubras
cascatas
Jorravam
das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando
o coração do pessoal do porão
Que, a
exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória
aos piratas
Às
mulatas, às sereias
Glória à
farofa
à
cachaça, às baleias
Glória a
todas as lutas inglórias
Que
através da nossa história não esquecemos jamais
Salve o
navegante negro
Que tem
por monumento as pedras pisadas do cais
Mas
salve
Salve o
navegante negro
Que tem
por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz
muito tempo
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