Liberdade
no pensar!
“(...) Não obstante
esteja a serviço de uma classe social, o discurso ideológico nega essa relação,
assumindo um status de conhecimento técnico, racional e objetivo. No discurso
dos ‘economistas’ de plantão nos principais meios de comunicação de massa do
país, por exemplo, os gastos do governo com os programas sociais e a
previdência devem ser restringidos para garantir o superávit primário, que ‘é o
resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando
gastos de pagamento de juros’. Dessa forma, as despesas na área social, que
atendam aos interesses de milhões de brasileiros, podem ser restringidas para
garantir o superávit primário, enquanto os gastos para pagar os juros da dívida pública são intocáveis, o
que interessa apenas a uma minoria de agentes financeiros. Porém, esse sistema
é apresentado como ‘tecnicamente’ imparcial e baseados nos princípios da
racionalidade econômica e administrativa”.
“ Essa universalização dos interesses de
uma minoria em detrimento dos interesses da maioria é essencial para a
denominação de classe se realize por meio do convencimento, sem o emprego da
força, constituindo o que o teórico marxista italiano Antonio Gramsci denominou
hegemonia ideológica. Dessa forma, o sistema que favorece a classe dominante
minoritária é apresentado como mais ‘racional’ e que melhor garante ‘o
bem-estar comum’.” Dante Lucchesi
Esses pensamentos nos servem para a gente
pensar o contexto do golpe no Brasil. Então, qual será o papel que cada um dos partidos golpistas: PMDB, PSDB,
DEM, PSB etc desempenha juntos as suas bases para a construção da hegemonia
ideológica? E será que seus pensamentos já conseguiram atingir outras siglas partidárias que deveriam ter um papel de opositores na
luta de classe?