Questão de Pele:
desumanização?
Gildo Alves Bezerra
Minha pele
“Não é fardo nem farda”.
Mas. “Vista minha pele”.
Então, entenderás fardo pesado.
Do passado
Da injustiça e
Desigualdade
Que ainda tenho
Que transportar no meu lombo
Azarado.
Pare e perceba:
O etnocentrismo,
O eurocentrismo...
Tão presente em nós.
Que nos deixa
Sem memória
E voz.
A estética é da opressão.
Ainda! Da cruz e da espada.
Querendo reduzir o índio e o negro
A nada.
O povo não pode
Seguir o caminho
Da manada.
Para uma invernada
De uma história
Negada.
Mascarada
As contradições
Na visão “da democracia racial”.
Resista
E perceberás
Que “o passado tem relação
Ativa com o presente”.
O sofrimento do meu ancestral
Ainda, dói em minha carne.
Não se alarme.
Mas, nosso país ainda é da exclusão social: do Negro e
índio.
Ainda!
É “o reino da cruz e da espada”.
Numa incipiente:
Escalada,
Caminhada
Na busca da justiça, igualdade social etc.
Mas, não com essa história.
Ainda, hoje ensinada:
Europeirizada.
Que mascara as contradições.
Não nos deixa ver
A desumanização
Na visão de educação
Que nega ao meu povo
De novo o direito a educação.
Nossas nações de negros e índios
Só vivem apenas uma incipiente inclusão.
Se queremos a justiça e igualdade social
A educação deve ser para diversidade étnico-racial.
Teoria e prática tem de ser nosso rumo e
Norte.
Não devemos continuar
A viver
Nesta roleta russa.
A emancipação humana
Não deve ser questão de sorte.
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