quarta-feira, 13 de março de 2013

O HIP-HOP


O hip hop é um fenômeno sóciocultural
dos mais importantes surgidos
nas últimas décadas. Ora classificado
como um movimento social, ora como uma
cultura de rua, o fato é que o hip hop hoje
mobiliza milhares de jovens das periferias das
grandes cidades brasileiras. Suas formas de
expressão – a batida do rap, os movimentos
do break e as cores fortes do grafite – são
apenas os signos visíveis de uma enorme discussão
que fervilha entre esses filhos das várias
e imensas desigualdades da sociedade brasileira
a respeito de identidade racial, de possibilidade
de inserção social, de alternativas à
violência e à marginalidade. Em menos palavras,
o hip hop é a resposta política e cultural
da juventude excluída.
As três autoras deste livro partiram da suspeita
de que aí havia alguma coisa muito importante
a ser entendida, examinada, reportada.
Hip Hop – A periferia grita captura o fenômeno
na cidade de São Paulo na transição dos
anos 90 para o novo milênio. Estudantes de
jornalismo quando o trabalho começou, o livro
traz a marca de quem fez bem sua lição de casa,
pela seriedade e rigor com que procuraram tratar
todos os aspectos do fenômeno. Entretanto,
o trabalho amadureceu para além da obrigação
escolar e tornou-se livro por conta de uma
inventividade nas formas de fazer as várias reportagens
e um frescor na maneira de contá-las
que, vá lá, se não é privilégio dos muito jovens,
digamos que eles os tenham mais acessíveis.
Curioso que num país como o Brasil, que
não cessa de inventar culturas jovens, com
graus variados de relação com o mercado, em
vários segmentos sociais e nas diversas regiões,
exista tão pouca produção jornalística, crítica
ou reflexiva a respeito. Janaina, Mirella e Patrícia
começaram suas carreiras como jornalistas
dando uma bela contribuição – e espero
que não parem.
Bia Abramo

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