Revista Paulo Freire: julho e a reinvenção da
política
Autor // sintese
Revista Paulo Freire 25
Os meses de junho e julho foram marcados por centenas de manifestações
de rua em capitais e cidades do interior do Brasil. Em todos os lugares, a
juventude e os trabalhadores deram um belo exemplo de que o Brasil é, sim, um
país com muita luta social. Nas reivindicações, uma série de temas, desde
pautas trabalhistas históricas – como a redução da jornada de trabalho para 40
horas semanais sem redução de salário – até questões atuais ligadas aos
direitos humanos.
Mas, certamente, uma pauta que as mobilizações de rua recolocaram na agenda pública foi a Reforma Política. Críticas ao financiamento privado de campanhas, à pouca participação social nas definições de interesse do país e ao mal uso dos recursos públicos estiveram pulsantes nos atos públicos nos quatro cantos do país. Nas redes e nas ruas, a juventude reivindicou e continua a reivindicar uma nova forma de pensar e de fazer política.
Em sintonia com esse momento histórico que atravessa o país, a Revista Paulo Freire, em sua edição 25, convida os seus leitores a uma discussão sobre a Reforma Política, por entender que esse é um tema fundamental para “democratizar a nossa democracia”, como diria Boaventura de Sousa Santos.
Para entendermos melhor o complexo tema da Reforma Política, as inúmeras propostas existentes e as distintas visões que estão em jogo, esta edição traz uma entrevista exclusiva com José Moroni, membro da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político. Reunindo uma série de entidades da sociedade civil, desde 2004 a Plataforma busca pautar junto à população a necessidade de uma reforma ampla que garanta maior participação popular na política nacional.
Na entrevista, Moroni enfatiza que é o poder econômico – por meio do financiamento das campanhas - que define os rumos do país. “Este poder todo é construído e alimentado pelo sistema de financiamento das campanhas que temos que permite o financiamento das empresas. As empresas “oferecem” hoje para ganhar em dobro amanhã”, critica. Para ele, uma reforma política deve ir além de questões eleitorais. “O poder não pode ser fonte de privilégios sejam pessoais ou para determinados grupos. Precisamos construir o poder popular”, ressalta.
Logo após a entrevista, um artigo da professora da Universidade Federal da Bahia, Mariângela Nascimento, também trata sobre a relação das manifestações de rua com a Reforma Política. Segundo a professora, as mobilizações evidenciaram, acima de tudo, a crise das instituições da democracia representativa. Ela acredita que é essencial a reinvenção da política e que esse é “o momento para criar outro modo de pensar e fazer política, em que a política não se constitua em mera atividade administrativa do Estado, mas seja derivada das ações compartilhadas de cidadãos inseridos numa realidade dialógica e plural, na qual a liberdade seja a razão da política”.
A conexão entre reforma política e democratização dos meios de comunicação também é destaque nesta edição da Revista Paulo Freire. Em dois artigos – um do sociólogo e professor, Venício Lima, e outro de Pedro Ekman, do Intervozes – é afirmado que, assim como na política, a população brasileira não se vê mais representada nos meios de comunicação, sendo a democratização da mídia o único caminho para a ampliação da diversidade de vozes e do pluralismo de ideias no rádio e na televisão.
Em diferentes textos, a edição 25 aborda ainda os seguintes temas: a relação entre juventude e cultura; e a importância da questão de gênero na linguagem. Na seção “Projetos que dão certo”, é relatada a experiência do projeto “Literatura de Cordel em sala de aula”, desenvolvido na Escola Professora Maria Fidelis Costa, no município de Maruim, interior sergipano.
Mas, certamente, uma pauta que as mobilizações de rua recolocaram na agenda pública foi a Reforma Política. Críticas ao financiamento privado de campanhas, à pouca participação social nas definições de interesse do país e ao mal uso dos recursos públicos estiveram pulsantes nos atos públicos nos quatro cantos do país. Nas redes e nas ruas, a juventude reivindicou e continua a reivindicar uma nova forma de pensar e de fazer política.
Em sintonia com esse momento histórico que atravessa o país, a Revista Paulo Freire, em sua edição 25, convida os seus leitores a uma discussão sobre a Reforma Política, por entender que esse é um tema fundamental para “democratizar a nossa democracia”, como diria Boaventura de Sousa Santos.
Para entendermos melhor o complexo tema da Reforma Política, as inúmeras propostas existentes e as distintas visões que estão em jogo, esta edição traz uma entrevista exclusiva com José Moroni, membro da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político. Reunindo uma série de entidades da sociedade civil, desde 2004 a Plataforma busca pautar junto à população a necessidade de uma reforma ampla que garanta maior participação popular na política nacional.
Na entrevista, Moroni enfatiza que é o poder econômico – por meio do financiamento das campanhas - que define os rumos do país. “Este poder todo é construído e alimentado pelo sistema de financiamento das campanhas que temos que permite o financiamento das empresas. As empresas “oferecem” hoje para ganhar em dobro amanhã”, critica. Para ele, uma reforma política deve ir além de questões eleitorais. “O poder não pode ser fonte de privilégios sejam pessoais ou para determinados grupos. Precisamos construir o poder popular”, ressalta.
Logo após a entrevista, um artigo da professora da Universidade Federal da Bahia, Mariângela Nascimento, também trata sobre a relação das manifestações de rua com a Reforma Política. Segundo a professora, as mobilizações evidenciaram, acima de tudo, a crise das instituições da democracia representativa. Ela acredita que é essencial a reinvenção da política e que esse é “o momento para criar outro modo de pensar e fazer política, em que a política não se constitua em mera atividade administrativa do Estado, mas seja derivada das ações compartilhadas de cidadãos inseridos numa realidade dialógica e plural, na qual a liberdade seja a razão da política”.
A conexão entre reforma política e democratização dos meios de comunicação também é destaque nesta edição da Revista Paulo Freire. Em dois artigos – um do sociólogo e professor, Venício Lima, e outro de Pedro Ekman, do Intervozes – é afirmado que, assim como na política, a população brasileira não se vê mais representada nos meios de comunicação, sendo a democratização da mídia o único caminho para a ampliação da diversidade de vozes e do pluralismo de ideias no rádio e na televisão.
Em diferentes textos, a edição 25 aborda ainda os seguintes temas: a relação entre juventude e cultura; e a importância da questão de gênero na linguagem. Na seção “Projetos que dão certo”, é relatada a experiência do projeto “Literatura de Cordel em sala de aula”, desenvolvido na Escola Professora Maria Fidelis Costa, no município de Maruim, interior sergipano.
Boa leitura!
Ângela Melo
Presidenta do Sintese
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