quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Projeto sobre o Ensino de História da Mama África

Projeto reforça ensino de história da África
Flávia Faria
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  • Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
    Débora Luz e Joice Oliveira mostram as caixas temáticas do projeto Sankofa
"Nos estabelecimentos de ensinos fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre história e cultura afro--brasileira", diz a lei federal 10.639, promulgada em janeiro de 2003. Dez anos depois, ainda são grandes os obstáculos para que isso se torne realidade. Foi o que perceberam duas alunas concluintes do curso de museologia da Universidade Federal da Bahia, Débora Luz, 24, e Joice Oliveira, 26.
"Quando se estuda a  história da África, só se fala das mazelas. Ninguém fala das contribuições para a metalurgia, a medicina, a arquitetura, a irrigação", disse Débora. A partir dessa concepção, as alunas, que realizavam trabalho de monitoria no Museu Afro-Brasileiro da Ufba (Mafro), decidiram criar o projeto Sankofa. O nome faz alusão a um pássaro mítico de duas cabeças que traz a mensagem de que nunca é tarde para voltar e resgatar o que ficou deixado para trás.
O projeto se baseia em um material composto por caixas temáticas que se subdividem em espécies de gavetas. Cada uma dessas, por sua vez, traz  miniaturas  que ajudam a reconstruir   de maneira lúdica aspectos da história, geografia e religiosidade  africanas.
O objetivo do projeto é que o material possa ser apresentado nas escolas públicas ou que essas possam realizar excursões ao Mafro, onde os alunos têm também  acesso ao acervo do museu. O público-alvo é composto por estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. O equipamento foi decorado com a colaboração de artistas plásticos, que representaram através de diversas técnicas, como papel, escultura e pintura, os orixás das religiões afro-brasileiras.
"O negro tem uma grande importância na história do nosso país, e o candomblé  quase não entrava [no currículo escolar]", disse o artista plástico SuperAfro, 26, que fez miniaturas de representação do orixá Omolu.
Aplicação - Além das visitas, o projeto também se propõe a realizar uma minioficina de formação de professores. A ideia é treiná-los para que possam se inteirar melhor sobre os conteúdos e realizar a apresentação do material com a turma.
"O domínio dos professores sobre a história da África foi prejudicado porque eles não  tiveram o ensino desse conteúdo. A aproximação com o museu e com as universidades é muito importante para levar isso  para as escolas", disse a estudante de história da Ufba Ellen Matos, 21, que colaborou com a pesquisa para a construção do Sankofa.
A formação dos docentes é realizada por meio de um manual com textos informativos e dicas de brincadeiras, filmes, poemas e músicas que podem ser trabalhados em sala de aula, sempre em consonância com a história e cultura africanas.
O livro também traz propostas para que os assuntos sejam abordado em diversas disciplinas, como prevê a lei 10.639. Todo o conteúdo é baseado na coleção História Geral da África, publicada pela Unesco. O livro é reconhecido como um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África.
Preconceito - Desde que o Sankofa ficou pronto, em maio, Débora e Joice conseguiram realizar apenas cinco visitas a escolas. Segundo elas contam, é grande o preconceito das instituições, em especial no que se refere à religiosidade.
"É  difícil chegar às escolas e falar da cultura africana e afro-brasileira. Existe um preconceito muito grande das instituições, dos professores, dos alunos. Já presenciamos o caso de um menino do candomblé que foi visitar uma exposição sobre o tema com a turma e foi humilhado pelos colegas", afirmou Débora.

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