quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Há a existência de dois Mundos?

O viajante de dois mundos
Gildo Alves Bezerra
 
 Por que viajo?
Por que ajo?
Em mundos que aparentam
Ser tão distintos
Entre se.
       Se realmente me vejo
       Tão longe do meu vilarejo
       Por que da multiplicidade de mundos.
       Se a diferença
       Seria apenas a mudança de cidades?
Somente as denominações
Triaram-nos para multiplicidade?
Por que não nos vemos num só mundo,
O mundo das exclusões?
          Da exploração
          Mesmo viajando a trabalho
         Acredito que não me atrapalho
         Quando digo que sou viajante de dois mundos
Mas, Infelizmente com um só destino
 De ser nordestino
 Filho da exploração do negro e índio.
        Por que do esquecimento
        Dos cantos de liberdade, de dor, lamento etc.?
Esse mundo em construção
Não me seduz
Mas, produz
A dor
Da negação dos direitos
 De ser!
       Por que agora me aventuro
       Pelo mundo dos mares das tormentas
Do Atlântico negro de agora
Tarde hora que o papel em branco.
       Em mundo vivo
       Do “atlântico negro” ou
       Do eurocentrismo?
E como me vejo no meu lugarejo
Na janela do meu destino
 De a memória preservar
O que de há de ameríndio e negro
 Neste mundo
 Que tento navegar?
        Como igualdade, justiça
        Buscar
        Qual democracia?

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