O viajante de dois mundos
Gildo Alves Bezerra
Por que viajo?
Por que ajo?
Em mundos que aparentam
Ser tão distintos
Entre se.
Se realmente me vejo
Tão longe do meu vilarejo
Por que da multiplicidade de mundos.
Se a diferença
Seria apenas a mudança de cidades?
Somente as denominações
Triaram-nos para multiplicidade?
Por que não nos vemos num só mundo,
O mundo das exclusões?
Da exploração
Mesmo viajando a trabalho
Acredito que não me atrapalho
Quando digo que sou viajante de dois mundos
Mas, Infelizmente com um só destino
De ser nordestino
Filho da exploração do negro e índio.
Por que do esquecimento
Dos cantos de liberdade, de dor, lamento etc.?
Esse mundo em construção
Não me seduz
Mas, produz
A dor
Da negação dos direitos
De ser!
Por que agora me aventuro
Pelo mundo dos mares das tormentas
Do Atlântico negro de agora
Tarde hora que o papel em branco.
Em mundo vivo
Do “atlântico negro” ou
Do eurocentrismo?
E como me vejo no meu lugarejo
Na janela do meu destino
De a memória preservar
O que de há de ameríndio e negro
Neste mundo
Que tento navegar?
Como igualdade, justiça
Buscar
Qual democracia?
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