segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Reflexão a partir de Neruda.


O Tempo que não se perdeu

Pablo Neruda

 

Não se contam as ilusões

Nem as compreensões amargas,

não há medida para contar

o que não podia acontecer-nos

o que nos rondou como besouro

sem que tivéssemos percebido

o que estávamos perdendo.

       Perder até perder  a vida

       É viver a vida e a morte

       Não são coisas passageiras

       Mas sim constantes, evidentes,

       A continuidade do vazio,

       O silêncio em que cai tudo

       E por fim nós mesmos caímos.

Ai! O que esteve tão cerca

Sem que pudéssemos saber.

Ai! O que não podia ser

Quando talvez podia ser.

     Tantas asas circunvoaravam

      As montanhas da tristeza

      E tantas rodas sacudiram

      A estrada do destino

      Que já não há nada a perder.

Terminaram-se os lamentos.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Quem são os malungos?


Malungos

Gildo Alves Bezerra

Não somos mais o companheiro
Durante a desafortunada  viagem
Dos navios negreiros.

O momento é outro
Mas, precisamos nos sentir
Como malungos.
Os mares são outros
Mais a tormenta da exclusão social, da desigualdade,
Da injustiça continua.

O  tumbeiro do momento é o deus mercado
Fragmentando as identidades do indivíduo e da nação
Visando o controle da consciência coletiva.

O indivíduo sozinho pouco
Representa em termos de exigir mudanças sociais.
Perdem-se as esperanças e o entusiasmo para ações coletivas.*

O deus mercado
Desqualifica todo o processo
De agrupamento social
Com propósito transformador.

Temos que perceber quem é que deseja ser o timoneiro
Do navio tumbeiro
Do deus mercado.

Aos sem-história e identidade resta comprar
O indivíduo sem identidade é um perdido
Ele não formará fileiras
Não ameaça o status quo. *

Voltemos ao passado
Para sermos companheiros
Malungos
Em defesa da igualdade e
da justiça social.

Em um céu todo estrelado
De sonhos, de alegrias
A partir da construção coletiva
Da socialização da produção econômica , política, social etc.

* Ver-Cuti.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quais são os dois pontos fundamentais para quem quer democratizar nossa democracia?






Dois pontos fundamentais para democratizar nossa democracia

Sem orçamento, política pública é mera intenção

    O Estatuto da Igualdade Racial prevê que os orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e municípios devem separar recursos para os programas e ações de promoção da igualdade.

Educação igualitária

    Ao Estado, cabe produzir materiais didático-escolares, subsidiar a formação inicial e continuada de professores, financiar estudos e pesquisas e orientar os sistemas de ensino na implementação de políticas educacionais igualitárias.
    Cabe-nos refletir sobre o termo Estado. Então, Como entender e aceitar a discriminação praticada por qualquer ente da federação quando não paga o piso salarial nacional do magistério? Vejam a passagem a seguir: “Ao Estado cabe. subsidiar a formação inicial e continuada de professores,...”. Mas, discriminação e a desvalorização daqueles que fazem a formação continuada é que vivenciamos!!!
   Cabe a vocês perceberem quem são os administradores: Prefeitos e Governadores que discriminam e desvalorizam os professores (as) que fazem a formação continuada!!.

 
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dois pontos fundamentais para democratizar nossa democracia.


Sem orçamento, política pública é mera intenção

    O Estatuto da Igualdade Racial prevê que os orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e municípios devem separar recursos para os programas e ações de promoção da igualdade.
     Trata-se de uma regra da maior importância porque política pública não pode ser reduzida
a declarações nem aprovação de leis. A execução da política pública requer formulação, planejamento, execução e monitoramento.
     Este dispositivo do Estatuto tem dois endereços:
1. Ao planejar políticas públicas, em qualquer área de atuação, o gestor tem obrigação de destinar parte dos recursos à promoção da igualdade racial;
2. As organizações sociais têm a obrigação de acompanhar os debates sobre planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias e leis orçamentárias anuais, visando assegurar a inclusão de programas de promoção da igualdade.
      Sem previsão de recursos financeiros que deem suporte à política pública, ela fica limitada à intenção e o segmento interessado fica na dependência da boa vontade do gestor público.
      Tem mais: não basta previsão orçamentária; é preciso também acompanhar a execução do orçamento e estabelecer metas e objetivos que permitam monitorar a ação do Poder Público. Somente assim o Estatuto da Igualdade Racial terá eficácia no cotidiano dos brasileiros.
Educação igualitária
    A promoção da igualdade racial na educação escolar tem dois pilares principais; na educação básica (infantil, fundamental e médio), o projeto pedagógico deve valorizar a diversidade étnico-racial e tratar com igualdade a herança civilizatória, a história e cultura negras.
    No acesso à educação superior, o Estatuto reafirma a importância da adoção de programas de inclusão de jovens negros, a exemplo do ProUni - Programa Universidade para Todos e das medidas adotadas em dezenas de universidades e faculdades brasileiras.
    A formação docente deve ser orientada por princípios de igualdade, tolerância e respeito à diversidade étnico-racial.
    Ao Estado, cabe produzir materiais didático-escolares, subsidiar a formação inicial e continuada de professores, financiar estudos e pesquisas e orientar os sistemas de ensino na implementação de políticas educacionais igualitárias.
     Está previsto ainda o apoio a ações educacionais desenvolvidas por entidades da sociedade civil, bem como a participação de pesquisadores e representantes do Movimento Negro nos fóruns de deliberação da política educacional.
     À educação igualitária, cabe contribuir para a formação de cidadãos que valorem positivamente a diversidade humana e assumam a igualdade racial como um ideário ético e social.

Fonte: Cartilha do CEERT Sobre o Estatuto da Igualdade Racial.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Quem exclui e quem é excluido?


A Tríade da Exclusão

Gildo Alves Bezerra

Nosso guerreiro de luta

Nos convidou para reflexão

Sobre a educação.

                           Ele diz que a elite

                           Deseja que a escola seja pobre;

                           Para pobre e que o professor (a) deve ser pobre.

Essa é santíssima trindade

Defendida pela classe dominante.

               A res não é pública

               Sempre foi para a oligarquia

               E para os militares

               Para combater as revoltas populares.

A oligarquia que exclui

As camadas populares.

                                 A aliança da burguesia

                                 Com as altas patentes militares

                                 Essa é a história do Brasil.

Nossa história é a elite sufocando os gritos dos excluídos

Com violências

Mas, quando o povo se organiza

A elite ainda os chama de bandidos!

               Res é privada até no direito a memória

               A elite exclui o Negro e o Índio

               Do direito a sua História.

domingo, 24 de novembro de 2013

Quem são as senhoras que lutam?


Senhoras na Luta

Gildo Alves Bezerra

Que bom é conviver com elas

São as mulheres na luta

No palco na luta

Senhoras na labutas.

               Nos ensinando a ser sujeitos

               A dizer em meu destino ninguém vai mudar

               A querer transformar a sociedade injusta

               Em uma sociedade justa e igualitária.

Ah! No palco na luta

Só há mulheres? Alguém pode dizer

Então, vamos responder. Mas, é a maioria

E em conjunto com os homens estão a demonstrar que o melhor é a democracia

Participativa.

                     Renderemos loas a elas

                     Enquanto cantigas populares

                     Por deixarem seus lares

                     E nos demonstrar que só se faz sujeito na luta.

São educadoras

Nossas professoras

Que labutam, lutam contra as injustiças do dia-a-dia

Onde são as maiores vítimas.

                              Mas, não se abatem

                              Correm atrás

                              Nos apresentam os sinais

                              Nas feições faciais

                           Os sofrimentos causados pelas injustiças sociais.

Nos apresentam os sinais

A mão esquerda em punho se levanta

E a bandeira da educação pública está a tremular

E nossos corações também a vibrar

Contra mais uma injustiça nós vamos lutar.    

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Diga com quem andas que te direi que és.


Sintesianos

Gildo Alves Bezerra

Hoje o Sintese saiu

Procurando dizer

Lute, lute...

              Todos somos artistas

               Na luta pela transforAÇÂO

               Da sociedade.

 Onde existir injustiça, opressão etc.

Levaremos a solidariedade da luta,

Aos trabalhadores.

 Somos sintesiANOS

SintesiANAS

Lutaremos anos se for preciso

Nossa luta é lutar.

SINTESE.

               A tese é lutar pela educação pública de qualidade social,

               Pelas políticas públicas de forma geral.

São senhoras na luta

Nos ensinando a ser sujeitos

A dizer em meu destino ninguém vai mandar

A querer transformar a sociedade  injusta

Em sociedade justa e igualitária.

                                           Seja em Laranjeiras, Maruim...

                                           Em Rosário... onde existir calvário

                                           A luta não tem fim.

Sintese nossa vida é lutar

Pela gestão democrática

Pelo fim da opressão

Pela formação continuada,  pela valorização profissional...

Pela educação pública.

                                     São professoras sim

                                     Tia não

                                     São educadoras

                                    Nossas professoras,

                                     Que labutam, lutam contra as injustiças.

Somos aqueles (as) das aulas de cidadania no dia-a-dia

Sintesianos, sintesianas nossa vida é lutar,

Pela educação pública de qualidade social

Fundamental para classe trabalhadora.

                   A base é a valorização profissional:

                   Com formação continuada,

                   Piso salarial nacional do magistério,

                   Melhores condições de trabalho etc.

Por uma “ESCOLA DEMOCRÁTICA E POPULAR”

 Para democratizar nossa democracia

Para nosso país não ser apenas uma República para a oligarquia civil e militar. 

                                    

domingo, 10 de novembro de 2013

Reflexão sobre o Brasil e o lugar do Negro e índio?


Canto Das Três Raças


Ninguém ouviu um soluçar de dor
No canto do Brasil.
Um lamento triste sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro e de lá cantou.

Negro entoou um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares, onde se refugiou.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes.
Nada adiantou.

E de guerra em paz, de paz em guerra,
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar,
Canta de dor.

E ecoa noite e dia: é ensurdecedor.
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador...
Esse canto que devia ser um canto de alegria
Soa apenas como um soluçar de dor

 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Discriminação Racial?


http://www.ceert.org.br/modulos/module/publishers/img/livro002.jpg
 
Discriminação Racial nas Escolas - Entre a Lei e as Práticas Sociais
Editora: UNESCO
Ano: 2002
http://www.ceert.org.br/imagens/spacer.gif
Durante longo período se acreditou que a experiência de discriminação racial em sala de aula teria como sujeitos, via de regra, professor versus aluno, e, uma vez ocorrida a discriminação, a solução passaria pela incriminação - sanção penal do professor acusado de discriminação.

Contudo, a experiência concreta evidenciou os limites de uma tal equação.

De fato, não se trata de um conflito entre indivíduos, mas entre o Estado e uma parcela significativa da população brasileira - ao menos metade dos brasileiros(as), segundo o IBGE. Ademais, tão ou mais importante do que punir comportamentos individuais, necessitamos de políticas públicas, políticas educacionais que assegurem eficácia ao princípio da igualdade racial.

Mais do que punir, podemos e devemos prevenir. Mais do que combater a discriminação, devemos promover a igualdade.

Nas palavras de Jorge Werthein, diretor da UNESCO no Brasil, "com a publicação do presente texto, esperamos impulsionar o debate sobre propostas de superação do problema, seja no campo conceitual, seja, sobretudo, no campo das políticas públicas, envolvendo órgãos públicos, pesquisadores, intelectuais e organizações da sociedade civil - todos juntos na promoção da igualdade racial na escola."
Fonte: CEERT
 
 

domingo, 27 de outubro de 2013

Reflexão de Paulo Freire


Quem são os(as) Guerreiros(as)?


Guerreiros

Gildo Alves Bezerra

 

E Guerreiras

Elas não fogem da luta

Demonstram conduta

No fazer pedagógico,

Nos dias de lutas.

                           Só sonhos nos conduz

                           Ouvindo samba, rock ou blues

                           Para por fim

                           As injustiças que as elites

                           Nos introduz.

O enredo da ilegalidade

Em nossa sociedade

De injustiça social

De um Brasil e local

Patrimonial e ditatorial.

                                     Nos nega nossos direitos

                                     Governador, vereador e prefeito

                                     Neste cenário de algoz

                                     Tentam calar nossas vozes.

Guerreiros (as) não fogem das lutas

Para que surjam maestros com batutas,

Guerreiros no dia-a-dia de cidadania-

Nos batuques para igualdade social.

                      Guerreiros (as) respeitem nossos ancestrais

                      Eles sem igual já lutaram contra preconceitos,

                      Discriminação, escravidão.

Agora não fugam da luta

Dos trabalhadores, educadores

Nossas bandeiras: valorização profissional,

Gestão democrática, abaixo a ditadura.

                                 “Glória as todas as lutas inglórias

                                   Que através da nossa história

                                   Não esquecemos jamais!”

                                   Sejamos os mestres-sala dos mares

                                   Querendo e gostando de dias felizes.

Para nossa luta pelo piso salarial

Não ser o monumento

As pedras do cais.

                            Nossa luta por valorização profissional

                            Que através da história

                            Não esquecemos jamais!

Os neoliberais

“Querem a redefinição das funções do Estado,

A restrição dos direitos e

Fortalecimento do mercado

Com o aprofundamento de exploração e dominação dos trabalhadores.”    

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

reflexão sobre o racismo.


 |Veja mais publicações |
Racismo no Brasil
Editora: Editora Fundação Peirópolis
Ano: 2002
O Brasil é um país de muitas cores, de muitas vozes, da cultura de muitas etnias. É o país da diversidade, isso todos sabemos. Nessa afirmação, porém, reside uma perniciosa falácia, que dificulta desmascarar a supremacia branca incorporada na mentalidade nacional e a construção de um esforço contínuo na sua superação.

Surpreenderia a muitos de nós conhecer a naturalidade com que o racismo está impregnado em nosso cotidiano e os números desastrosos a evidenciar as conseqüências desse sentimento etnocêntrico que ironicamente corrói as esperanças de uma sociedade mais igualitária e justa.

Para ajudar a compreender a força oculta do racismo, este livro foi dividido em três partes. A primeira consiste em artigos que nos levam a reconstruir a historicidade de conceitos de raça, etnia e nação na história do pensamento ocidental. Já na segunda parte, temos a questão da identidade racial brasileira em artigos sobre a crise da modernidade e a dificuldade de integrar as diferenças, os efeitos paradoxais da globalização, dentre outros. Por último, mas não em último, a terceira parte do livro aborda as políticas de ação afirmativa e as conquistas mais recentes da sociedade organizada no enfrentamento do racismo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Qual é o seu dia professor(a)?


Qual é seu dia?

Gildo Alves Bezerra

 

O dia de luta do trabalhador (a)

Também o dia do professor (a)

O dia-a-dia no chão das escolas

Quando percebo que não estamos guardando nossas violas.

       Quando a rebeldia

       Torna-se nosso trem

      Que constrói nosso bem.

      Ensina

      Para os ditadores

      Dias de desgraça.

      E para nossa categoria

      Dias de graças.

Mas, Os lutadores do povo, mesmo na dúvida,

 Estão convictos de que é preciso luta

 E lutar para vencer”.

                                                             Nossa voz vem do quilombo

                                                              De Palmares

                                                              Ou vozes da Mussuca

                                                              O grito de liberdade
                                                              com o grito de solidariedade
                                                             Sonhando com nossos filhos

                                                             Na universidade.

Nosso dia é ainda de luta e sonho

Com a valorização profissional,

Luta por formação continuada

Mas, o que temos é nada.

Por parte do poder público é só negação de direitos.