Revolução
Cubana: Exemplo De Consciência
E
LUTA PARA A AMÉRICA LATINA
Por Luis Eduardo Mergulhão Ruas *
A
vitória da Revolução Cubana em Janeiro de 1959 representou um divisor de águas
na história do nosso continente. A luta dos guerrilheiros da Sierra Maestra,
comandada por Fidel, Raúl, Che e Camilo, combinada com um potente movimento
popular urbano, pôs fim à ditadura de Fulgencio Batista (1952 a 1959) apoiada
pelos EUA.
A
firme aplicação por parte do governo revolucionário de um projeto nacionalista,
democrático e popular, com o protagonismo da classe trabalhadora, impediu a rearticulação
das tradicionais classes dominantes aliadas ao imperialismo estadunidense,
colocando a ilha diante da necessidade de avançar na construção do socialismo. Esse
país, com poucos recursos naturais mas com um povo de luta, demonstrou ser
possível construir uma sociedade mais justa frente ao bloqueio da maior
potência do planeta, sem jamais ceder em seus princípios. Um deles, que marca
toda a trajetória da Revolução Cubana, é seu profundo internacionalismo,
marcado pelo apoio às lutas pela libertação em todo mundo, o abrigo a
perseguidos pelas ditaduras latino-americanas e exportação de médicos e
professores.
É
importante observar a independência e a soberania da ilha no manejo de sua
política após a revolução, inclusive na relação com um aliado tão fundamental
como a URSS. Isso fez do processo socialista cubano algo criativo e inovador em
termos teóricos e práticos e capaz de resistir ao fim das experiências
socialistas européias. O mundo pôde atestar o quanto uma revolução, fundada em
valores refletidos na educação do seu povo, na soberania nacional e na
permanente participação popular, preserva a dignidade mesmo frente a tantas
dificuldades materiais.
A
ilha caribenha soube se adaptar às novas condições internacionais sem ceder na
fundamental do seu sistema econômico e político. Manteve seu formidáveis níveis
de educação e saúde. Hoje, Cuba busca superar algumas contradições do seu
modelo econômico que vinham se agravando, rediscutindo de forma profundamente
crítica e democrática o socialismo necessário ao seu povo.
*Luis
Mergulhão Ruas é professor de história e membro do Conselho da Associação
Cultural José Martí – RJ.
Fonte:
Livro Agenda 2014 do NPC – Núcleo Piratininga de Comunicação.
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