Exclusão
galopante
Gildo Alves Bezerra
O passado é tão distante?
A exclusão não segue a forma de antes.
Mas, o conteúdo ainda é galopante
Quem ainda é excluído como antes?
Por que a voz da casa-grande
É tão ecoante?
Mesmo o desejo
de liberdade
E igualdade não sendo dissonantes!
Como alguém disse antes
“Liberdade, liberdade
Abra as asas sobre nós
E que a voz igualdade
Seja feita a nossa voz”.
Passado e
presente
Não estão assim tão distantes!
O sonho do poeta
Ainda, não se realizou.
A batida do tambor
E a ginga ao som do agogô
Em condições de igualdade
Ainda, não se
realizou.
A resistência sempre existiu
Em movimentos que desejavam
Mudar esse Brasil:
A Conjuração Baiana,
A revolta do Malês,
O Quilombo dos Palmares,
O Mestre-Sala dos Mares etc.
Mas, a casa- grande
E o “mito da democracia racial”
Existiu! Persistiu!
A igualdade
É a forma de transformar
Nosso Brasil.
Não adianta escamotear
As contradições que sempre existiram.
Independência é na batida do tambor
É no tempo e contratempo
Seguindo o ritmo do agogô,
O pulsar do meu coração
Libertando nosso povo
Da opressão e exclusão.
Tudo isso, só com
uma educação de qualidade social
Para que jamais
nosso povo
Possa acreditar no
“mito da democracia racial”.
E que a independência
É nosso povo tendo vez e voz.
E nos bancos escolares
Não apenas ser contado à história de nossos algozes.
As vozes da África
Devem ser nossa voz
Seja no terreiro
No Brasil inteiro
Qual é a Mama África
Que existe em nós?
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