Debates sobre ensino de história da África nas escolas

Unesco promove debates sobre ensino de história da África nas escolas

URL fixa:

• Versão para impressão

EBC - EBC

Pesquisa da Unesco sobre o continente africano é realizada desde 1964. (ASCOM - Prefeitura de Votuporanga / Creative Commons)

Estudiosos e pesquisadores expuseram seus pontos de vista no círculo de debates e perspectivas para institucionalização da Lei 10.639/2003, lei que obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira em todas as escolas brasileiras, públicas e particulares. As discussões, produzidas pela Unesco, aconteceram nos eventos de lançamento da Coleção História Geral da África. Sendo lançada em português, a publicação pretende contar a história do continente na perspectiva dos próprios africanos.

A Coleção História Geral da África conta a história do continente a partir da perspectiva dos próprios africanos, demonstrando a diversidade de cultura, técnicas, tecnologias e todas as possíveis participações do continente na construção da civilização que se vive hoje. Além disso, a obra descreve a organização das sociedades africanas, que não era somente constituída por tribos, como se costuma pensar. Também mostra a história africana que não se resume somente ao tráfico de escravos, pobreza e miséria.

A pesquisa da Unesco, iniciada em 1964, fez com que, quase 30 anos depois, 250 cientistas coordenados por um comitê de 39 especialistas se reunisse num trabalho conjunto para completar as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África. A publicação também foi editada em inglês, francês e árabe entre as décadas de 1980 e 1990.

No Brasil, a coleção foi viabilizada por uma parceria entre a Secretaria e Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). O objetivo da iniciativa é preencher lacuna que existe no conhecimento da herança africana na formação da sociedade brasileira e a contribuição para a construção da  própria identidade nacional.

Confira alguns dos discursos realizados durante os debates:

Alberto Costa e Silva fala sobre a história da África além dos documentos oficiais
Elikia M'Bokolo fala sobre legados civilizatórios da África e produção de novos conhecimentos
Fernando de Albuquerque Mourão fala sobre Elaboração da Coleção História Geral da África
Fúlvia Rosemberg fala sobre qualificação profissional e relações étnico-raciais
Georgina Helena Lima fala sobre educação escolar quilombola
Hédio Silva fala sobre ensino de história da áfrica como direito constitucional
Jean Michel Tali fala sobre cultura afro-brasileira como um novo sopro à História da África
José Eustáquio de Brito fala sobre formação de professores para o ensino de história africana
José Flávio Sombra Saraiva fala sobre memória e tradição oral
Kabengele Munanga fala sobre História da Diáspora Africana
Luís Alberto Oliveira Gonçalves fala sobre reivenção da história e da imagem africana
Maria Aparecida Bento fala sobre os caminhos para institucionalização da lei 10.639/2003
Muryatan Barbosa fala sobre conceitos e rupturas na historiografia africana
Nilma Lino Gomes fala sobre processos para a transversalidade emancipatória da África
Petronilha Gonçalves fala sobre metodologias antecipatórias
Renato Emerson dos Santos fala sobre superar preconceitos na geografia africana
Valdemir Donizette Zamparoni fala sobre heranças e identidades africanas

Valter Roberto Silvério fala sobre o projeto de 1950 e Coleção História Geral da África

• Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0